Curadoria

MOSTRA MADE IN PARAGUAI

Curador. Boulevard Filmes e Caixa Cultural.



"A Caixa Cultural apresenta Made in Paraguai – Mostra de Cinema Paraguaio e traz, pela primeira vez ao Brasil, uma retrospectiva do cinema paraguaio dos últimos anos.

Com produção da Boulevard Filmes e curadoria do cineasta brasileiro Marcelo Engster, em parceria com o diretor e produtor paraguaio Carlos Cáceres, a Mostra contará com um total de 21 filmes, sendo onze longas-metragens e dez curtas, além de debates com a presença dos realizadores e de críticos estudiosos dessa cinematografia, que apesar de vizinha, ainda é pouco conhecida e divulgada em nosso país."


Texto para o catálogo:

Em dezembro de 2012 recebi uma bolsa para estudar cinema no Paraguai. Era uma oficina, um intensivo mês de estudos financiados pelo Recam e pela União Européia para cineastas dos países do Mercosul, com intuito de criar laços entre profissionais destes países.
A grande surpresa era o curso ser ministrado no Paraguai, país do qual temos pouco ou nenhum contato com sua cinematografia. Raro é o filme das terras de Solano López que cruzam nossas fronteiras. Um desses é Hamaca Paraguaya (2006), de Paz Encina, o único a qual tive acesso antes de minha viagem ao país vizinho.
Longa que rodou diversos festivais, tendo inclusive ganho o prêmio Fipresci “Un certain regard” no Festival de Cannes 2006, Hamaca Paraguaya não é um filme fácil de assistir. Com uma proposta rígida, de câmera fixa em planos longos, seu enredo minimalista trata sobre a história de um casal de idosos à espera de seu filho que foi lutar na Guerra do Chaco. Um roteiro fascinante, que encanta o expectador e acende a curiosidade sobre a filmografia paraguaia.
Seduzido por Hamaca Paraguaya, procurei outras obras do país. Qual minha surpresa, não encontrei mais nenhum filme aqui no Brasil. Durante 30 anos poucos longas foram realizados no Paraguai, nenhum com muito destaque. O último fora Cerro Corá, do diretor Guilhermo Vera, em 1978, ainda na ditadura de Alfredo Stroessner. Eu precisava estar no país para conhecer sua cinematografia.
Cheguei ao Paraguai logo após o fenômeno 7 Cajas (2012). O filme, que se passa em um popular mercado público de Assunção e fala sobre um carreteiro de 17 anos que aceita transportar uma obscura mercadoria, havia batido recorde de público nos cinemas do país. Difícil foi encontrá-lo para assistir. Ninguém tinha cópias e não era possível encontrá-lo na internet. Nem mesmo nos camelôs paraguaios, que exibiam orgulhosos cartazes de que não vendiam cópias piratas de 7 Cajas. Por sorte encontrei uma última sala de cinema que ainda exibia o longa. Um thriller poderoso, com cenas de ação muito bem construídas, câmera nervosa, edição rápida, todo rodado em formato digital. Completo oposto a Hamaca Paraguaya em sua concepção estética. E ainda conta com personagens carismáticos, humor afinado e uma trama com situações que beiram o caos.
A qualidade e a diversidade do cinema paraguaio haviam me surpreendido e eu já estava apaixonado pela cinematografia do país. Precisava, então, me aprofundar mais. Durante a oficina no Paraguai, conheci diversos cineastas locais. Entre eles, a documentarista Renate Costa. Seu longa de estréia é o forte Cuchillo de Palo (2010). A cineasta partiu em busca da verdade sobre a morte de seu tio que fora perseguido pela ditadura de Alfredo Stroessner, reconhecida pela opressão aos homossexuais. Em um filme intimista, Renate Costa precisou vencer a resistência da família, que havia dito que seu tio morrera de tristeza, e trabalhar cuidadosamente sua relação com seu pai. A tocante película foi destaque na Berlinale de 2010.
A diversidade é um dos destaques do cinema paraguaio. Filmes com teor histórico como Libertad de Gustavo Delgado, sobre o processo de independência do país e Cerro Corá de Guillermo Vera, sobre a Guerra da Tríplice Aliança. Filmes sobre a juventude, vide Universo Servilleta de Luis Aguirre e 18 Cigarros E Meio de Marcelo Tolces. Ou ainda documentários que retratam temas tão variados como estações ferroviárias em Trem Paraguai de Mauricio Rial Banti ou a vida no circo registrada por Miguel Agüero no seu longa Circo PE.
Os curtas paraguaios também me tocaram pela variedade de gêneros e temas e pela qualidade das histórias e da parte técnica. Belas animações como A Lenda Urutau, de Hugo Cataldo, inspirada em uma lenda indígena paraguaia, e o multi premiado Sebastian's Voodoo de Joaquin Baldwin. O terror vem com Asaje Pyte de Juan Antonio Lezcano e Trinidad de Andrea Gandolfo e Sergio Colmán Meixner. O humor tem vez no curta que rodou o mundo Y Al Tercer Dia de Osvaldo Ortiz Faiman.
A vontade de compartilhar estas obras resultou na união entre o cineasta paraguaio Carlos Caceres, a produtora Boulevard Filmes e eu na realização da Mostra Made in Paraguai, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Montamos um panorama com os filmes que marcaram a cinematografia paraguaia, de expressão tanto em festivais, como em público e em crítica. Espero que, assim como eu, vocês sejam surpreendidos pelos belos filmes de nossos vizinhos.

Baixe o catálogo completo aqui.

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SCI FI BRASIL - ELES ESTÃO ENTRE NÓS

Curador. Boulevard Filmes e Caixa Cultural.




As ficções científicas não são o carro-chefe das produções brasileiras, no entanto vêm conquistando cada vez mais espaço na cinematografia nacional e fazendo carreira nos festivais internacionais. Para trazer ao público um panorama da produção brasileira do gênero, a mostra Sci-Fi Brasil – Eles estão entre nós ocupa a CAIXA Cultural Rio de Janeiro entre os dias 4 e 16 de setembro de 2018 (terça a domingo).

Com curadoria de Eric Paiva e Marcelo Engster, a mostra abre a discussão para o tema através da exibição de 12 curtas e 12 longas-metragens, além de debates com importantes diretores do gênero e críticos brasileiros especializados no assunto. "Gênero de grandes produções e enorme retorno financeiro em Hollywood, a Ficção Científica nunca foi muito explorada em terras brasileiras. Mesmo que os filmes americanos do gênero tenham grande sucesso de público no Brasil, os produtores brasileiros pouco investem em Sci-Fi”, opina Marcelo Engster.

Esta será a primeira mostra no país dedicada à produção de ficção científica brasileira. “Pretendemos trazer ao público um apanhado da produção, exibindo filmes como Os Cosmonautas, de Victor Lima, e obras que foram sucesso de público, como O Homem do Futuro, de Cláudio Torres. Além disso, buscamos mostrar animações que tiveram importante papel na história do cinema nacional, mas poucas chances de exibição nas telas como Cassiopéia, de Clóvis Viera, e Uma História de Amor e Fúria, de Luiz Bolognesi. Sem esquecer, claro, da vasta produção de curtas-metragens de Ficção Científica”, revela Eric Paiva.


Texto para o catálogo:

Tenho uma paixão incontrolável por cinematografias desconhecidas, raras e /ou estranhas. Filmes turcos de super heróis, gêneros explotation, cinema norte coreano ou qualquer coisa que fuja do comum tem a minha atenção. Essa estranha obsessão é compartilhada com o Eric Paiva. Desde que nos conhecemos é grande a troca e indicação de obras nesse contexto. E isso não é diferente com um gênero até pouco tempo praticamente inexplorado em terras brasileiras, a ficção científica. 

“Eles estão entre nós” é uma afirmação de que sim, eles existem. Estão aí escondidos, disfarçados, procurando se infiltrar e se afirmar em nosso país. São desconhecidos, são raros e são estranhos. Portanto, presas fáceis para nossa curiosidade. Cada um de nós conhecia algumas obras de ficção científica brasileira e trocando figurinhas descobrimos que existia uma interessante produção de longa data do gênero no país.

Mas como assim? Nunca vi filme nacional cheio de efeitos especiais/visuais muito menos de ação desenfreada? Infelizmente, muito devido aos sucessos hollywoodianos, temos a impressão de que o gênero se resume à essas características. O que mais me atrai na ficção científica e o que acho que ela tem de mais forte, que é a sua principal característica, é a possibilidade de discutirmos nossa realidade, visualizarmos novos mundos, novas formas de organização da sociedade, o futuro da humanidade, independente de efeitos especiais e ação. E é nisso que o cinema brasileiro de Sci Fi se destaca.
Agentes dos países Potência Anterior ("EUA") e Potência Posterior ("Rússia") pretendem sequestrar o homem mais rico do mundo, que se encontra preso em um quartel do País Reserva 17 ("Brasil"). Um espião da Potência Posterior prepara, em frente ao quartel, o que parece ser uma bomba e a atira em direção aos soldados. Era uma bola de futebol. Os soldados tentam, mas não conseguem resistir e armam uma pelada enquanto os agentes internacionais invadem o quartel. Alegorias sobre o país, sobre nossa politica, nossas relações sociais, nosso modo de ver o mundo, estão presentes nas principais obras de ficção científica nacional, como o genial "O Homem que Comprou o Mundo" (Eduardo Coutinho, 1968), da cena descrita acima, "Uma História de Amor e Fúria" (Luiz Bolognesi, 2013) e os curtas "Recife Frio" (Kleber Mendonça, 2009) e "Manhã Cinzenta" (Olney São Paulo, 1969). Esse último é, inclusive, uma das obras mais potentes de combate à ditadura civil-militar brasileira. No curta um casal de estudantes, em um país fictício de terceiro mundo, é preso e torturado, e passa por uma sabatina de um robô. O filme tanto causou que pela primeira vez um cineasta foi processado por sua obra. Olney acabou sentindo na pele tudo o que denunciava em sua película, foi preso e torturado e os negativos do seu filme foram destruídos. Por sorte uma cópia foi salva na cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Felizmente na abertura pós ditadura, com os incentivos para a diversificação no audiovisual brasileiro e a democratização no acesso aos equipamentos com a evolução digital ma nova geração de cineastas pode usar o gênero para discutir assuntos ligados à minorias. O belo exemplar de cyberpunk "Janaina Overdrive" (Mozart Freire, 2016) traz LGBTQI+ para a tela assim como "Batguano" (Tavinho Teixeira, 2014) e "X-Manas" (Clarissa Ribeiro, 2017);  a negritude aparece no incrível "Branco Sai, Preto Fica" (Adirley Queiroz, 2014) e nos curtas "Chico" (Irmãos Carvalho, 2016) e "Personal Vivator" (Sabrina Fidalgo, 2014), que também representa as  mulheres com o já citado "X-Manas". 

A primeira obra de ficção científica tupiniquim data de 1875 com o livro "O Doutor Benignus", do autor português naturalizado brasileiro Augusto Emílio Zaluar. Nela uma comitiva liderada por um cientista encontra uma avançada civilização alienígena no interior do Brasil. Entre os autores que passaram pelo gênero também estão Emília Freitas, Lima Barreto, Machado de Assis e Menotti del Picchia. A ficção científica perpassa a cultura pop brasileira nas mais diversas formas. Nos quadrinhos aparece em 1937 na obra "Os Primeiros Homens na Lua" (de Francisco Acquarone e baseado na obra de H. G. Wells) até o sucesso das atuais "Cangaço Overdrive" (Zé Wellington e Walter Geovani, 2018) e a trilogia do "Astronauta" (Danilo Beyruth). Estamos em um momento rico em séries do gênero, entre elas "3%"  (Daina Giannecchini, Dani Libardi, Jotagá Crema e César Charlone, 2016), "Horizonte B"  (Emiliano Cunha, 2016) e "Punho Negro" (Carolina Silvério e Murilo Deolino, 2018). A Sci Fi rolou até mesmo em telenovelas como "Olho no Olho" (Globo, 1993), "O Clone" (Globo, 2001) e "Os Mutantes" (Record, 2008). Clipes musicais também não ficam de fora, exemplos de "Eva - Radio Taxi" (Antônio Carlos, 1982) e "DigiSexDreams - Neoslave" (João Antunes, 2018). No cinema a Sci Fi aparece cedo, em 1908, no curta "Duelo de Cozinheiras", de António Leal, divulgada como uma "fita cômico phantastica” que inseria elementos de ficção científica em uma comédia. No ano seguinte outro curta, "O Fósforo Eleitoral", de Antônio Serra, se utilizava da mesma estratégia, em uma comédia crítica ao sistema eleitoral carioca, com toques de fantasia.

Essa inserção da ficção científica em outros gêneros é bem comum, e é desse modo que ela mais aparece em nosso cinema. Na comédia em especial, com o "Os Cosmonautas" (Victor Lima, 1962), "O Homem do Futuro" (Cláudio Torres, 2011), "A Repartição do Tempo" (Santiago Dellape, 2016), nos curtas "Barbosa" (Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo, 1988) e "Master Blaster – Uma aventura de Hans Lucas na nebulosa 2907N" (Raul Arthuso, 2013) e até mesmo filmes dos Trapalhões como "Os Trapalhões na Guerra dos Planetas" (Adriano Stuart, 1978) e "A Princesa Xuxa e os Trapalhões" (José Alvarenga Júnior, 1989). E mesmo a comédia não foge das alegorias, em “Barbosa” afirma-se que a obsessão pela derrota do Brasil para o Uruguai em pleno Maracanã na Copa de 1950 é um sinal do destino de que nesse país nada vai dar certo. 

A produção de ficção científica no Brasil vai desde filmes independentes, feitos na raça e rodados em VHS, caso do curta "Capitão Eléctron contra a Ameaça Venusiana" (Dário R. C. Castro, Edmundo G. Barreiros, Humberto Pereira e Marcello Monteiro, 1986) e o longa "O Monstro Legume do Espaço" (Petter Baiestorf, 1995) até obras com muito recurso, contando com equipamentos de ponta e artistas de renome, como os já citados filmes dos Trapalhões ou "Acquaria" (Flávia Moraes, 2003) estrelando a dupla Sandy e Júnior. A animação está representada nos filmes "Cassiopéia" (Clovis Vieira, 1996), "Uma História de Amor e Fúria" (Luiz Bolognesi, 2013), "O Quebra Cabeça de Tarik" (Maria Leite, 2015) e o primeiro longa de Alê Abreu, "Garoto Cósmico" (2007). Os fanfics também se fazem presentes, em especial o curta "Aliens: LV-426" (Márcio Napoli, 2014), de grande sucesso na internet.

Além de Eduardo Coutinho e Kleber Mendonça, outros cineastas de renome também já se aventuraram pela Sci Fi.  Walter Hugo Khouri traz um extraterrestre à Terra em  "Amor Voraz" (1984). Distopia pós apocalíptica é o subgênero usado por Nelson Pereira dos Santos em "Quem é Beta?" (1972), com direito a zumbis e aparatos à la Black Mirror, Luiz Rosemberg Filho em sua obra cheia de alegorias "Jardim das Espumas" (1970) e Walter Lima Jr e sua crítica à ditadura militar "Brasil Ano 2000" (1969).

Para a Mostra Sci Fi Brasil apresentamos ainda outros filmes que seguem pela distopia pós apocalíptica, em "Abrigo Nuclear" (Roberto Pires, 1981) a humanidade precisa viver em instalações subterrâneas após a terra ser devastada por radiação atômica, já no curta "Ultravioleta" (Dhiones do Congo, 2018) são os raios ultravioletas que levam uma família a morar em abrigos. Filmes com temas existenciais também dão as caras, com destaque para o recente "À Margem do Universo" (Tiago Esmeraldo, 2017). A relação do homem com a tecnologia é debatida em "Tempo Real" (Mino Barros Reis e Joana Limaverde, 2015) e naquele que considero o curta mais angustiante que já assisti, "Loop" (Carlos Gregório, 2002). Fora da mostra, porém essencial, "O 5º Poder" (Alberto Pieralisi, 1962), também trabalha a paranoia com a tecnologia, onde uma potência tenta dominar o mundo com mensagens subliminares em artefatos eletrônicos.

Para ampliar a conversa sobre a produção de filmes de ficção científica no país serão realizados dois debates durante a mostra. "Ficção Científica e Alegorias do Terceiro Mundo" discute as possibilidades do gênero abordar temas relativos à nossa realidade de uma forma menos direta. Em "Efeitos especiais e visuais na produção de ficção científica brasileira" serão mostrados casos de utilização dos mesmos em filmes nacionais e discutidas formas de produção em obras de baixo orçamento e o porquê da ideia de que filme de ficção científica necessariamente precise de efeitos especiais. Complementando o assunto trazemos o documentário "Bahia Sci Fi" (Petrus Pires, 2015) sobre o processo de produção do longa "Abrigo Nuclear".

Procuramos trazer filmes raros, difíceis de serem encontrados como  "Etéia, a Extraterrestre em sua Aventura no Rio" (Roberto Mauro, 1983), "Oceano Atlantis" (Francisco de Paula, 1993), "Elke Maravilha contra o Homem Atômico" (Gilvan Pereira, 1978) e "O Homem de Seis Milhões de Cruzeiros Contra as Panteras" (Luiz Antonio Piá, 1978). Desses dois últimos títulos, porém, não existem mais cópias no Brasil e rola a lenda que as únicas inteiras estão com colecionadores na Europa. Aliás, a curadoria e consequente busca por cópias das obras selecionadas se mostrou um verdadeiro filme de ficção científica, em seu sub gênero distopia. Cópias que não existiam mais, informações desencontradas sobre quem seriam os herdeiros ou a inexistência dos mesmos,  realizadores incomunicáveis, cinematecas inacessíveis e falta de projetores adequados para as cópias existentes. 

Essa dificuldade é muito representativa do momento em que vivemos no país. Dessa tentativa da retomada de ideais passados como soluções para nosso futuro. Ideais esses parcamente documentados, com informações desencontradas, pessoas e instituições de difícil comunicação, que fazem de tudo para não mostrarmos nosso país abertamente. Esperamos que, com nossa mostra, a ficção científica contribua com aquilo que ela tem de melhor, refletir sobre nós mesmos, discutir o presente e o passado, dissecar as experiências humanas e nossas organizações para construir novas soluções para nossos atuais problemas sem apelar para nostalgias políticas tão ultrapassadas quanto a ideia de que não se realizam filmes sci fi no Brasil. E, claro, que a mostra seja um banquete para os amantes de ficção científica, de cinema brasileiro e curiosos com cinematografias incomuns.